sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Leite na Saúde Humana


É comum a discussão de que nenhum mamífero consome leite (e muito menos de outra espécie) após a amamentação. Porém, mais que este argumento, é fundamental entender o processo de evolução da espécie e as reações fisiológicas que o leite desencadeia para chegarmos a uma conclusão sensata se este é um alimento inofensivo ou pode realmente trazer malefícios.


O consumo de lacticínios se tornou possível somente após a domesticação dos animais [6100 a 5500 anos atrás), sendo que o leite é, portanto, um alimento relativamente recente na alimentação do ser humano (cujo genoma não sofreu alterações significativas nos últimos 11.000 anos, o que explica o porquê de cerca de 75% da população adulta mundial apresentar hipolactasia após o desmame (o que pode resultar em intolerância à lactose, que se caracteriza por diversos sintomas de ordem gastrointestinal – como flatulência, cãibras intestinais, dor e inchaço abdominais, náuseas, vômitos e diarréia).
Além disso, há a questão de o leite ser um alimento potencialmente alergênico. Já foram identificadas mais de 25 frações protéicas alergênicas no leite de vaca, dentre elas, as mais alergênicas são: soro-albumina, gama-globulina, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina e caseína.
Diversos estudos comprovaram a relação de alergia tardia principalmente ao leite de vaca com otite, dermatite, rinite, sinusite, bronquite asmática, amigdalite, obesidade, aumento da resistência à insulina, aumento na formação de muco, gastrite, enterocolite, esofagite, refluxo, obstipação intestinal, enurese, enxaqueca, fadigas inexplicáveis, artrite reumatoide, falta de concentração, hiperatividade (ADHD), dislexia, ansiedade e até mesmo depressão.
Outros estudos já relacionaram também o consumo de leite de vaca com diversas alterações metabólicas como hiperinsulinemia e resistência à insulina que é alteração metabólica encontrada como base de diversas patologias como diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia, obesidade abdominal, estado pró-trombótico e síndrome do ovário policístico. 
Outra dificuldade encontrada são as embalagens dos leites. Em um estudo, foi observado que há migração de bisfenol A em latas de fórmulas infantis para o alimento, mesmo em temperatura ambiente, sendo que esta contaminação ocorre dentro do prazo de validade destes produtos, o que a longo prazo pode causar uma toxicidade que pode levar ao aparecimento de alterações metabólicas como: Puberdade precoce, Infertilidade, Esteatose hepática, Resistência à insulina, Diabetes, Obesidade.
Outros estudos também encontraram relação com câncer, principalmente de ovários, testículos e próstata, doença de Parkinson, doenças cardiovasculares, artrite reumatoide, diabetes, esclerose múltipla e, inclusive, osteoporose, apesar de estudos de curto prazo referirem beneficio neste caso.
Portanto, o consumo do leite de vaca é algo que deve ser avaliado individualmente, considerando também os efeitos metabólicos desencadeados e não apenas a qualidade nutricional do mesmo, inclusive porque existem outras boas fontes de proteína e cálcio na alimentação humana. 

Fonte: www.vponline.com.br

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